quinta-feira, agosto 30, 2007

Eu falei aquilo para ela, porque eu precisava.
Estava há muito tempo entalado na garganta, me impedia respirar, sorrir e até mesmo comer.
Eu necessitava falar aquela frase, daquele jeito, bem como ensaiei durante tempos.
Saiu inteira, num só suspiro, para não ser cortada e negada mais uma vez.
Falei como bem havia ensaiado. Não podia mais sair daquele lugar sem falar isso. Me entalava.
E vi seu olhar.
Um olhar de quase pena, compaixão e saiu, quase que inevitavelmente, uma frase que estava sufocada "Eu sei".
Foi o "eu sei" mais sincero e mais profundo que já ouvi em toda minha vida.
Como ela sabe, eu não sei. Mas só de ouvir isso, me senti como que no colo de uma mãe que tem 25h para estar com um bebê recem-nascido...
Bastou isso.
Me sentia mais leve.
Não houveram mais palavras...
Ela se levantou e estendeu os braços. Eu, como sempre encabulada, abaixei a cabeça, mas levantei os olhos.
Parte minha aliviada, parte minha encucada - como ela sabia? Como para ela era tão claro, tão evidente, tão compreensivo?
Retraiu um pouco os braços, pegou minha mão e disse "Estou aqui". Foi o estou aqui mais aliviante desde meus 7 anos.
Aquele dia vai ficar marcado. Para mim, certamente, para ela, não sei. Têm mais 20 que falam, fazem, impactam, pedem, exigem, doam, deitam, correm, se calam...
Eu sei que precisava dizer aquilo. Uma das coisas mais profundas que já disse de mim, e que me sinto aliviada... Essa frase precisava sair da minha boca.
Essa ressonância precisa sair dos meus pensamentos, das minhas idéias, da minha cabeça.
Eu preciso me -reinventar.

quarta-feira, agosto 29, 2007

Seria melhor se eu andasse com uma placa grande presa na testa. Assim, quem sabe, eles entenderiam...
Assim, quem sabe, teriam mais cuidado ao falar, ao agir... Tentariam ser mais compreensivos, mais delicados.... Talvez menos grossos e agressivos...
Talvez eu até conseguiria a tão custosa confiança.
Talvez.
Nada é certo.
Uma vez eu tentei. Me iludi, despenquei.
Outra vez, a mesma coisa.
Mais uma.
Da última vez não foi muito diferente.
É uma solidão isolada.
Dói que aperta o coração.
Era assim quando eu tinha mais ou menos 13 anos.
Os mesmos pensamentos, os mesmos desejos, medos... As mesmas angústias, as mesmas reclamações. A mesma dolorosa e ardida solidão, a mesma dor no peito...
É um filme se repetindo.
E eu me afundando.
Eu poderia gritar por um só segundo e saíria da minha boca um desgosto que entala e não me deixa respirar. Um grito como uma lamúria. Uma lamúria como um desespero.
E eu me afundando.
Sequer os versos podem ser rimados
Eles estão jogados, perdidos, embaraçados...
Tanta coisa na minha cabeça, tanto desejo, tanta angústia, tanta dor.
Eu tô cada vez me afundando.
E quase, quase, por um fiozinho, desistindo. E de vez.
Save me, if you can, I need. I can't hold on so much longer.
Alguém que tire essa solidão do meu peito,
pelo amor do que quer que acredite!

sexta-feira, agosto 24, 2007

Até quando?

Até quando vou ficar disfarçando, fingindi, despistando, dizendo que tá tudo bem, que eu tô bem e que não preciso de ninguém?
Até quando eu vou enganar aos outros, como se enganasse a mim mesma?
Até quando vou continuar caindo nesse abismo em silêncio, calada?
Até quando esse medo constante vai me impedir de viver minha vida?
Até quando eu aguento ficar me machucando, me punindo, me massacrando?
Até quando esse grito contido e esse choro prendido vão continuar tirando meu sono, meu ar, meus pensamentos?
Até quando?
Estou ficando cansada....

quarta-feira, agosto 22, 2007

Eu queria, mais do que queria, precisava te dizer isso: às vezes eu acho que não vou conseguir.
Às vezes eu acho que isso vai ser para sempre.
Há algum tempo acreditei no amor. Tentei, juro!
Caminhei demais até ficar cansada de tanto procurar, de tanto tentar, fazer apostas...
Não achei.
Desculpe.
Acho que não vai dar.
Agora eu acho que desse jeito não vai dar.
Não posso mais viver assim...
Desculpe.
Acho que não consigo
Não consigo mais me olhar no espelho, ouvir minha própria voz, ver meus repetitivos erros, colocar as mesmas roupas.
Eu desacreditei, cansei, chorei.