terça-feira, novembro 28, 2006

Perto mas longe do Fim

Ontem estava andando para o ponto de ônibus, fumando meu cigarrinho, tranquila e eis que me deparo com o seguinte: "Depressão e solidão no sinal do ano. Entenda por que todo mundo sofre desse mal" - ou coisa do tipo.
Pensei "que bobagem!"
E fui caminhando, ainda, para o ponto.
E começei a fazer uma retrospectiva da minha vida esse ano e, derrepente, me toco de que talvez a revista esteja falando de uma coisa certa.
Fim do ano é hora de "fechar para balanço" e aí, meu amigo, se seu caixa está no negativo...
Eu hoje acordei de mal humor, chateada, triste, deprê, saudosa.
Seriam os sentimentos do final de ano?
Bem capaz.
Não aguento mais a faculdade, nem o estágio. Tô quase mandando meio mundo a merda e me trancando no meu quarto por, pelo menos, uma semana.
Mas, veja: essa semana acaba a faculdade e tô cheiiiia de trabalhos para fazer; no estágio não devo nem ter férias; se eu mandar meio mundo a merda, é capaz que ele nao volte e aí me arrependo.

quinta-feira, novembro 02, 2006

Certas coisas
- Lulu Santos -

Não existiria som
Se não houvesse o silêncio
Não haveria luz
Se não fosse a escuridão
A vida é mesmo assim,
Dia e noite, não e sim...

Cada voz que canta o amor não diz
Tudo o que quer dizer,
Tudo o que cala fala
Mais alto ao coração.
Silenciosamente eu te falo com paixão...

Eu te amo calado,Como quem ouve uma sinfonia
De silêncios e de luz.
Mas somos medo e desejo,
Somos feitos de silêncio e som,
Tem certas coisas que eu não sei dizer...

A vida é mesmo assim,
Dia e noite, não e sim...

Eu te amo calado,
Como quem ouve uma sinfonia
De silêncios e de luz,
Mas somos medo e desejo,
Somos feitos de silêncio e som,

Tem certas coisas que eu não sei dizer...
E digo.

E quantas vezes perdemos a oportunidade de dizer eu te amo,
Eu te admiro
Eu te quero bem?

E quantas vezes
Nosso senso de ridículo nos reprime tanto
Que engulimos sentimetos,
Nos fechamos
E, de tanta explosão dentro de nós,
Resolvemos nos despedir
E ir para casa.

Nos trancamos no quarto,
Ligamos o som em um volume baixo,
Pegamos o livro de nosso poeta predileto,
Deitamos na cama e nos entregamos a nós mesmos.

Nos martirzamos, mas nos cuidamos.
Nos martirzamos porque, se seria ridulo dizer "eu te amo",
mais ainda seria - e foi - não dizer.
Nos cuidamos porque nos entendemos,
Porque estamos diante a nossa fragilidade
E precisamos respeitá-la.

Respeitar nossa fragilidade é nos respeitar.
É dar tempo a nós mesmos.

Acontece que queros que as coisas aconteçam muito rapido
Porque o mundo é muito rápido.

Mas o mundo interno
Ah, o mundo interno, meu caro amigo,
Não começe a rapidez

E disso os que deitam no divã 2 vezes na semana sabem muito bem.

quarta-feira, novembro 01, 2006

POEMA DE FINADOS

Amanha é dia dos mortos
Vai ao cemitério.
Vai
E procura entre as sepulturas
A sepultura de meu pai.

Leva três rosas bem bonitas.
Ajoelha e reza uma oração.
Não pelo pai, mas pelo filho:
O filho tem mais precisão.

O que resta de mim na vida
É a amargura do que sofri.
Pois nada quero, nada espero,
E em verdade estou morto ali.