segunda-feira, abril 30, 2007

"Se você quisesse ia ser tão legal, acho que eu seria mais feliz do que qualquer mortal"


Pela (eterna) busca de um outro que só se encontra na gente mesmo.
E pelo esse nosso Eu que nunca se encontra em si mesmo.
Nunca.
[Pelos Thitis, Wills, Vitors e Alexs.;
Pelos amigos de longa data, que ficaram naquela data que nem tão longa é assim;
Pelos amigos que são vizinhos e só se falam no Natal - quando não dá ocupado.
Pelos sorrisos espalhados pelo ar rarefeito de uma cidade metropolitana
Pela mediocridade, principalemente pela Minha ridícula e nojenta mediocridade ]

domingo, abril 29, 2007

And if I can't hang on anymore? What could you do to save me?
Would you hold my hand and tell me that everything is all rights?
Please, tell me "everything is all right".

sábado, abril 28, 2007

Eu queria poder ter o direito de enlouquecer. Enlouquecer, esquecer de tudo e todos. Sair pelo mundo a procura de qualquer coisa que me fizesse um pouco menos vazia.
Eu queria perder a cabeça, descer a ribançeira, tropeçar, sair por aí, sem rumo, sem identidade, sem celular.
Tudo, tudo e tudo que eu tenho me sufoca, me faz encolher cada vez mais.
Meu corpo, meu armário, minha casa, meus livros. Minhas coisas não são eu e eu não sou coisa alguma.
Andando pela vida sozinha como um errante em meio as montanhas, eu sinto um nó na garganta, meu corpo enfraquecido, as pálpebras pesadas, o estomago doendo.
Sou qualquer Coisa indecodificável e vulnerável.
Sou aquela que quer quebrar os espelhos quando se depara frente a ele.
Aquela que sorri, desfarça, mas sangra.
Eu não quero mais viver. Eu quero ter o direito de não viver, pelo menos por um tempo.
Chega de tudo.
Chega de perda, fracasso, falsidade, insegurança, solidão.
Pra que vale a vida, então?!


Pra que

pra que chorar
pra que mentir
pra que morgar
pra que fugir
só queria que todos
tivessem comida
tivessem oportunidade
tivessem guarida
não precisassem rezar
pedindo melhores dias
reclamando migalhas
vivendo só de agonia
pra que chorar
pra que mentir
pra que morgar
pra que fugir
já que tão poucos
põem o rei na barriga
gritando guerras e leis
forjando a morte da vida
já que nem eunem o diabo tem pressa
de pouco vale a conversa
só encarando essa briga
(Luiz Melodia e Ricardo Augusto)

sexta-feira, abril 27, 2007

Que vida é essa?
...E ainda tem gente que é feliz nesse mundo....
Tanta miséria,
Tanta tragédia,
Tanta fome,
Tanto desrespeito ao ser humano,
Tanta desumanidade,
Tanta violência.
Como alguém consegue ser feliz no meio de tudo isso?
Que merda de mundo é esse?

quinta-feira, abril 26, 2007

O peso da vida sobre as minhas costas
Me fazem andar mais devargar.
Passo a passo.
Rua por rua.

Mas ando cansada
Demasiadamente cansada
Desse peso de vazio constante,
Dessa falta de amor próprio
Dessa auto-estima esburacada.

De tão cansada
Tão consada mesmo
Acho que não vou mais aguentar.
Está muito pesado.
Preciso dividir.


Caleidoscópio


Não é preciso apagar a luz
Eu fecho os olhos e tudo vem
Num caleidoscópio sem lógica
Eu quase posso ouvir a tua voz
Eu sinto a tua mão a me guiar
Pela noite a caminho de casa

Quem vai pagar as contas deste amor pagão
Te dar a mão, me trazer à tona prá respirar
Quem vai chamar meu nome
Ou te escutar

Me pedindo prá apagar a luz
Amanheceu, é hora de dormir
Nesse nosso relógio sem órbita
Se tudo tem que terminar assim
Que pelo menos seja até o fim
Prá gente não ter nunca mais que terminar

(Herbert Vianna)

quinta-feira, abril 19, 2007




Eu vi.
Eu vi
Caiu uma lágrima dos olhos dele.
Uma lagrima ardida e sofrida
Espremida e tímida.
Era a lágrima dele
Que viria a ser a minha também.
Lágrima de vida presa na garganta.


Menina , amanhã de manhã
quando a gente acordar
quero te dizer que a felicidade vai
desabar sobre os homens, vai
desabar sobre os homens, vai
desabar sobre os homens.
Na hora ninguém escapa
de baixo da cama ninguém se esconde
e a felicidade vai
desabar sobre os homens, vai
desabar sobre os homens vai
desabar sobre os homens.
Menina, ela mete medo
menina, ela fecha a roda
menina, não tem saídade cima, de banda ou de lado.
Menina, olhe pra frente
menina, tome cuidado
não queira dormir no ponto
Segure o jogo
atenção (de manhã)
Menina a felicidade
é cheia de graça
é cheia de lata
é cheia de praça
é cheia de traça.
Menina, a felicidade
é cheia de pano,
é cheia de pena
é cheia de sino
é cheia de sono.
Menina, a felicidade
é cheia de ano
é cheia de Eno
é cheia de hino
é cheia de ONU.


Menina, a felicidade
é cheia de an
é cheia de en
é cheia de in
é cheia de on.
Menina, a felicidade
é cheia de a
é cheia de e
é cheia de i
é cheia de o.

(Tom Zé)

domingo, abril 01, 2007

Estava em algum lugar quando saí e me esqueci lá.
Isso já faz tempo
- muito tempo -
Tempo da leveza e felicidade quase que plena
Tempo dos meus avós,
Da minha infância.

Tempo em que confiança era primissa primeira
E que as pessoas se olhavam nos olhos e se abraçavam
Sem parecerem demodé
- ninguém fazia questão de ser blasé -

Fiquei em algum canto, quem sabe
Brincando com borboletas
Correndo,
Caindo
E pegando bicho de pé.

Esqueci-me faz muito tempo
E há muito tempo venho me procurando
- em vão -

Eu alguma vez devo ter sido,
Mas, na verdade, acho que nunca fui
Eu.
Mesmo assim continuo (não) sendo