domingo, março 25, 2007

Nos dias em que estão nublados,
Nos dias em que há trovão,
Nos dias que se arrastam com o peso de uma corrente de ferro,
Um desses dias eu ganhei um presente.

Cada lugarzinho,
Cada árvore,
Cada folha caída do céu
Tudo
Tudo tomou outro significado
Na minha tão desgastada e angustiante cidade.

O caminho que faço todo dia,
Os bares que vou todo final de semana,
A rua que passo com a bolsa pesada de livros e conhecimentos,
Os trabalhos torturantes,
Tudo
Tudo tomou outro significado.

É disso que precisamos: reinventarmos o mesmo.

Dentre tantas notícias ruins,
Dentre tantos pensamentos negativos,
Dentre tanta amargura pela vida,
Dentre tanto vazio e transbordamento,
Esse foi um grande presente que ganhei nesse semana.

É disso que eu preciso: reinventar a mim mesma.

Reinventar uma outra Fabi.
Uma Fabi menos chata,
Menos pesada,
Menos reclamona,
Menos solitária,
Menos deprimida,
Menos insuportável,
Menos temperamental,
Menos ansiosa.

Reinventar uma Fabi que seja sociável,
Que deixe a vergonha e a auto-crítica de lado.

Eu preciso reinventar a mim mesma
- por amor próprio-
-sabe-se lá onde está -

sexta-feira, março 23, 2007

3 anos

Tanto medo sem seu colo,
Tanta preocupação sem suas palavras acalentadoras,
Tanto sorriso sozinho sem você,
Tantas conquistas
Tantas coisas sem você.
Tantas.
Tanto tempo se passou.
Hoje a gaita tocou.
Ontem um qualquer da esquina me lembrou você.
O que será que faço para tapar esse vazio, esse buraco que você deixou?
As vezes parece que o mundo é pouco para mim
As vezes parece que ninguem consegue me fazer completa.

quarta-feira, março 21, 2007

If you look on your right you'll see that something is wrong!!

O que é menos pior: uma filha da puta conhecida ou uma desconhecida?
Vanessinha sexy machine na minha faculdade.
Pouca merda é pouco.
Na cabeça algumas musicas:
"quero ver se vc tem juízo ou se vai encarar"
ou, melhor
"life is for living and I don't wanna live it alone"
ou, mais perfeito ainda
"when I was cutting up my demons, I saw it was one for everyday."

domingo, março 18, 2007




"Não se preocupe em entender. Viver ultrapassa todo entendimento.Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Eu sou uma pergunta."
(Clarice Lispector)
Não duvido de nada, além de mim mesma.
Eles são capazes de tudo (e mais um pouco!).

sábado, março 17, 2007


Pelas ligaçõs nunca feitas;

Pelas saídas canceladas;

Pelo sumiço nas horas cruciais;

Pelas chamadas não atendidas;

Pelas mensagens não respondidas;

Pelos colegas ditos amigos;

Pela tristesa repentina;

Pelos caminhos tortuosos sem fim;

Pela solidão incurável.

quarta-feira, março 14, 2007

Para aqueles, como eu,
Que caminham em busca de alguma coisa
E sabe-se lá o que.
Para aqueles que caminham
E a solidão é a única companhia.
Para todos esses ETs as vezes
-raras vezes, pelo menos isso -
Teimam em acreditar na raça humana,
Em cair nas suas charadas,
Em gritar ao vão para ela.
A todos esses tolos,
Bobos,
Intensos
e
Solitários
ETs.

segunda-feira, março 12, 2007


O que alivia é saber que o dia precisa ir
Para nascer de novo.
Renovado.

domingo, março 11, 2007

Amizade
Para as pessoas que não fazem idéia da importancia delas na nossa vida.
Para as pessoas que não imaginam como uma palavra, um olhar, um gesto delas, mudam nossa vida.
Para as pessoas que muito falam e nada fazem,
Para as pessoas que nada deixa aparecer e sempre fazem muito;
Para as pessoas que sabem exatamente do valor de uma ajuda, de um afeto e de uma atenção dada,
Para as pessoas que só sabem o valor disso quando é recebido;
Para as pessoas que sabem o momento certo de estarem por perto, de telefonarem, de fazerem loucuras, de serem inconvenientes,
Para as pessoas que sempre querem ser blasé;
Para as pessoas que reconhecem no olhar do outro que ele precisa de ajuda,
Para aquelas que ouvem que alguém necessita delas e se fazem de surdas;
Para aquelas que largam tudo para estar com uma amiga que está mal,
Para aquelas acomodadas, preguiçosas e umbiguistas;
Para aquelas que choram e deixa chorarem,
Para aquelas que choram e não suportam o choro alheio;
Para aquelas que sabem que um não pode dizer sim
Para aquelas as cartesianas, que ouvem não e se satisfazem com o não;
Para aquelas que ligam no dia seguinte,
Para aquelas que somem.
Para todas essas pessoas, todas.
A amizade é o bem mais preciso do mundo.
Hoje uma amiga salvou a minha vida e talvez nem se dê conta disso.
Quantos amigos pretendemos perder até nos tocarmos que precisamos ser inteiros e estar verdadeiramente ao lado deles?
Quantas pessoas precisarão morrer de fome para a gente exigir vida digna para todos?
Quantas crianças ainda precisam ser assassinadas até que nos tocarmos que a política e a paz é a gente que faz?
Até quando?
E quantas pessoas mais precisarão se cortar, se suicidar, aparecer na televisão, morrerem de fome, se jogarem dos prédios, serem assassinadas para a gente perceber que a responsabilidade também é nossa?
Até quando?
Até que ponto um amigo deve ir para te alertar que não está aguentando mais nada?
Quantas pessoas precisarão se suicidar para nos tocarmos que podemos ser fundamentais na vida de alguém, seja quem for?
A amizade só faz transparecer uma coisa: existem pessoas realmente humanas nesse mundo. Pessoas sensiveis, meigas, que realmente se preocupam com o bem-estar do outro.
Hoje uma amiga realmente salvou a minha vida.
Sabe-se lá se alguém vai ler isso.
Sabe-lá o que passa na cabeça do leitor (se houver algum) quando vê as minhas palavras.
Não importa.
Basta saber:
A amizade é a coisa mais valiosa desse mundo.
Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos.
Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.
A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco ociúme, que não admite a rivalidade.
E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!
Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências...
A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem.
Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida.
Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles.
Eles não iriam acreditar.
Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos.
Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure.
E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porqueeles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.
Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado.
Se todos eles morrerem, eu desabo!
Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles.
E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar.
Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.
Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles.
Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer...
Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!
A gente não faz amigos, reconhece-os.
Por Vinícius de Moraes

quinta-feira, março 08, 2007

Tem filho da puta de mais nesse mundo.
Onde é que há gente humana de verdade?
Definitivamente não sou dessa tribo,
Não sou dessa laia.
E a cada dia que passa,
A cada coisa que me acontece
Penso que é sempre bom ter as malas prontas
Para ir embora.
Eu só não sei para onde eu vou.
Ou sei
Mas não deveria saber
Muito menos querer ir.
Será que o outro lado é mais leve?
Será que do outro lado existirão pessoas de verdade?
Será que é lá meu lugar?
Será que é lá?
Será que é lá que vou me sentir eu,
Que não vou mais topar com pessoas
Egoístas,
Umbiguistas,
Escrotas
e desumanas?
Será que lá eu acho alguém que me dê a mão
e não me dê tapa?
Será que lá eu vou me sentir inteira?
Ou será que lá não é nada
Um profundo nada?
Será que vale a pena arriscar?

terça-feira, março 06, 2007

O caminho é sempre solitário.
A escolha também.
*
"Preciso de oxigênio, preciso ter amigos
Preciso ter dinheiro, preciso de carinho
Acho que te amava, agora acho que te odeio
São tudo pequenas coisas e tudo deve passar"

segunda-feira, março 05, 2007

Se eu caio no swingue é pra me consolar

Às vezes, no silêncio da noite


Eu fico imaginando nós dois

Eu fico ali sonhando acordado, juntandoo antes, o agora e o depois

por que você me deixa tão solto?por que você não cola em mim?

Tô me sentindo muito sozinha!

Não sou nem quero ser o sua dona

É que um carinho às vezes cai bem

Eu tenho meus segredos e planos secretos

só abro pra você mais ninguém

por que você me esquece e some?

e se eu me interessar por alguém?

e se ele, de repente, me ganha?

Quando a gente gosta

é claro que a gente cuidafala que me ama

só que é da boca pra foraou você me engana

ou não está maduro

onde está você agora?

Qando a gente gosta

é claro que a gente cuida

fala que me ama

só que é da boca pra fora

ou você me engana

ou não está madura

onde está você agora?
Quando eu digo que não sei viver no mundo dos humanos, eu falo sério. Não suporto mais amores momentâneos, amizades soltas ao ar.
O que há de errado comigo? O que está escrito na minha testa que só eu não vejo? Será que é só comigo? Por que eu sou tão descartável? Por que meu telefone nunca toca? Por que meus relacionamentos nunca dão certo? O que há de tão errado e assustador em mim? Por que sempre sou a última? Por que sempre sou aquela, aquela...? Por que nunca sou especial para ninguém?
Agora eu saio de casa, de banho tomado, estampo no rosto um sorriso e ninguém, mas ninguém mesmo, desconfia de tudo isso que escrevi aqui.
Vai ver eu até acredite nesse meu sorriso. Quem sabe?! É um grande exercício. Porque, no fundo, de nada vale tudo isso.
Ali tinha um vaso, que, com uma gota, transbordou.
Talvez um dia eu consiga controlar essa água toda.
Talvez.
Por enquanto não pára de jorrar.
A vida parece ser sempre isso: a gente tentando enxugar a água que vasou.
Estou um pouco cansada.

domingo, março 04, 2007

Eu fui feliz.
Metade das meia duzias das palavras dele se espalharam pelo ar.
Outra metade ficaram gravadas no meu corpo.
Amanhã, ninguém ligará para ninguém
Amanha ninguém é de ninguém e o hoje vai virar lembrança.
Mas eu fui feliz.
Eu fui imensamente feliz.
O silêncio e os olhos,
A mão e o corpo.
Tudo.
Eramos um.
Fomos um.
Amanhã seremos dois.
Mas eu fui feliz.
Os beijos e a barba,
Os abraços e os olhares
Tud0.
Tudo me fez lembrar que fui feliz.
E há tanto tempo.
Quando tempo já nem lembro
Me senti assim
Completa.

Trocando 60 por 2 de 30

"Uma vez um perguntou para o outro como se escreve 60, para escrever num cheque.
O outro falou que não sabia, mas teve uma saída genial
'faz dois de 30!'"

A gente não aprende. Nunca.
Nós mulheres somos todas iguais, bobinhas, que a qualquer ínfima demonstração de afeto, ficamos envolvidas.
Venho há algum tempo tentando esquecer uma dessas minhas paixões.
Mas tudo parece me lembrar ele.
O cinema que fomos na última vez que saimos, o papo que tivemos nessa saída.
As pessoas têm a mesma armação dos óculos dele, todos comentam do Sonho de Beethoven.
A cada esquina eu passo, meu coração parece bater um pouco mais forte: e se for ele que está virando a mesma esquina e, derrepente, nos tropeçamos?
Mas já está tudo decidido desde que acabamos. O tempo não volta e cabe a mim entender que não sou quem ele deseja.
Bom, outro homens com certeza aparecerão e eu viverei outros momentos intensos, outras decepções, e depois vêm mais surpresas, depois decepções. E essa é a vida.
Resolvi olhar ao meu redor.
Mais uma vez estou aberta a cair em qualquer charlotagem masculina.
A verdade é que nós, mulheres, estamos sempre trocando 60 por dois de 30.
Eu falei para mim mesma "esse não. Nunca"
Mas foi só eu chegar em casa, relembrar umas poucas palavras de um certo homem, ve-lo online e puxar um papo.
Pronto. Ele falou que queria me ver no domingo, ir a praia a noite e passear pelo calçadão - um programa a dois.
Eu falei que o dia andava muito lindo e que poderíamos aproveitar. E ele disse "quanto mais tempo com você melhor". Pronto. Era tudo que eu precisva naquele momento. Tudo que eu queria era alguém me dizer que sou especial. Bom, não foi exatamente com essas palavras, mas estupidamente me senti querida e adorei saber que alguém, pelo menos alguém, finalmente encontrei alguém, tem prazer em estar na minha companhia por tanto tempo!
Pensei em tomar café da manhã no Parque Lage, passar o dia na Lagoa...
Combinamos que ele me ligaria quando acordasse.
Dormi como um anjo. Há dias não durmo assim.
Acordei... esperei... esperei... comi... tomei café... fiz um tanto de coisa em casa... cheguei até a arrumar o quarto da minha mãe!
E, nada.
Derrepente o telefone toca. Um numero desconhecido? Era ele, fatalmente!
Era?
Nada.
Uma amiga de faculdade da minha mãe que descobriu o meu telefone como meio de chegar à minha mãe.
Eu diria, já são meio-dia e meia. Mas já é meio-dia e meia.
É que o "são" mostraria minha ansiedade, e é nessa hora que digo que burlar a gramática é genial!
Talvez eu possa pensar "ainda é meio-dia e meia", porque as pessoas normais acordam depois das 11 aos domingos.
Mas, quem sabe?!
Se já é, se já são, ou se ainda são, que na verdade pode ser que ainda é, tanto faz.
O coração bate acelerado de qualquer maneira, em um desejo quase que incontrolável de passar um dia a dois, caminhando de mão dada, dando beijo, fazendo cafuné, olhando durante horas aquele outro sem falar nada, sem emitir um som sequer. Um desjeo enorme de sair por um dia ensolarado, caminha em silência, sentar, olhar nos olhes dele, sentir as curvarturas da faze, passar a mão naquele barba mal feita, pegar o quixo como quem diz "agora éu tenho dois, porque o seu também é meu", passar a mão no rosto e dar um sorriso tenue, leve, que vale mais do que qualquer outra palavra - qualquer.
E eu sei que amanhã tudo voltará ao mesmo. Relógio despertará, eu irei a academia, voltarei, tomarei banho, comerei, irei ao estágio.
Mas hoje. Só hoje. Só por hoje antes do escurecer eu queria, como eu queria, viver esse instante gostoso.
Só hoje. Só por hoje, porque eu sei que ele não vai me ligar amanhã, talvez nem depois de amanhã, quiçá daqui há um mês.
Mas hoje. Só por hoje, eu queria me sentir inteira, amada, especial.
Só por hoje.
Daqui a pouco o sol se poe e tudo fica na lembrança.
Mas só por hoje eu queria tapar esse meu buraco.

sexta-feira, março 02, 2007


"Não se impressionem.
Não sou simplesmente asqueroso ou tolo, podem crer.
Deve haver qualquer coisa de admirável em tudo isto que sou."
(Hilda Hilst)