sábado, julho 29, 2006

A Relatividade das coisas

A gente chega numa certa idade
Que nada é tão
Quanto quando éramos mais novos.

Nada é tão ruim
Nem tão bom.

Nada é tão belo
Nem tão feio

Nada é tão acolhedor
Nem tão assustador.

Nada é tão
Nem tão.

A gente procura um meio termo;
A relatividade das coisas,
A ser menos intenso

A gente busca resgatar o equilíbrio que perdemos
Ao virarmos teens

Eu procuro
Meio a tantas coisas
Tanto apelos
E desapegos,
A relatividade

Porque chega uma hora que a gente cansa.

terça-feira, julho 25, 2006

Da sensação de estar atrás

Talvez a psicologia explicasse
Talvez a filosofia tentasse dar uma ordem nesse caos
Talvez nada
Tavez nada conseguisse fazer alguma coisa que seja.

Talvez seja a tão falada auto-estima
-que de alto nao tem nada-
Mas a minha sensação é de estar atrás.

Atrás de tudo
Atrás de todos

Sendo passada para trás
Ficando para trás

Não seria nada demais
Estar atrás
Não fosse o sentimento de falta.

Sempre falta alguma coisa
E por isso
Sempre se corre atrás de alguma coisa

Do que?!
Da coisa

E é sempre algo inatingível
Mas extremamente doloroso.

Eu busco sempre algo além
E nunca acho.

Possivelmente esse algo nem exista
Mas não canso de correr atrás dele
Feito um gato que corre atrás de um novelo de lã.

sexta-feira, julho 21, 2006



Os dois estavam descrentes do amor.

Ela estava a fim de um cara que só queria curtição

Ele estava perdido e descrente da vida.

Resolveram se unir

E apostar na loto.

Ele fez as contas:

-ela sempre odiou cálculos-

A probabilidade de ficaram ricos era ínfima.

Decidiram apostar no amor.

Deram sorte.

Hoje completam 2 meses

E pretendem viajar,

Morar no exterior.

Amanhã ninguém sabe.

quinta-feira, julho 20, 2006

Ontem me perguntaram de você.
Minha mão gelou
Minha garganta fechou
Meu corpo tremeu.

Me perguntaram onde você estava,
Como você estava
E o que você faz da vida.

Eu não sei.
Não pude responder.

Onde você está?
Também quero saber.
Como você está?
Aí faz frio?
Você levou agasalho?
Não me lembro de ter visto sua mala
E logo penso que deve estar sentindo frio por aí
Porque malas grandes a gente enxerga,
As pequenas podem passar desapercebidas.

O que você faz?
Tem andado muito?
Pensado na vida?
Re-lido sua história?

Me diz:
Ainda lembra de mim?
Ainda lembra dos tempos de eu menina
A andar de bicileta
E a tomar picolé?

Me diz:
Lembra das olimpíadas do meu colégio?
Lembra do meu medo do mar
E do mato por causa das cobras?

Me diz:
Lembra de mim?
Lembra de quanto quis te fazer feliz
E muitas vezes esqueci da minha própria feliciadade?

Lembra daquela grade que nos separava?
Daquele lugar que você ficava
Nas férias de verão?
Que você fingia estar tudo bem,
Jogava dominó e damas comigo
E depois eu ía embora
...E mais uma vez me recordo da grade...

Me diz
Ainda sabe que eu existo?
Anda rezando por mim?
Te recorre um sorriso meu?

Eu sei
Você nao pode dizer.
E eu fiz um pacto de também não falar.

quarta-feira, julho 19, 2006



Não é que eu não queria que você viesse,

Não é que eu não te desejava

É que eu te temia.

Eu temia sua existencia,

Seu poder sobre mim,

Sobre todos;

Eu temia sua importância,

Não poder te dar a mão

Te pegar no colo

E te ninar.

Mas você chegou

E subtamente encheu meu coração de alegria

E de tão alegre, tenho vontade de chorar.

Vem

Me ensina gargalhar sem medo

A abraçar sem pudor

A viver com menos dor

Vem que eu te espero

Sorridente e ingênua

Para renorvar minha esperança

E me fazer crescer como criança

Vem

Nao demore

Porque já não vejo a hora

De poder te ver.

quinta-feira, julho 13, 2006

Nao deu
Hoje nao deu
Tentei
Desfarçei
Ri
Cantei
Mas nao deu.

Chorei
Incansavelmente choro.
Se é o dente, se é a tpm, se é a vida,
Nao sei
choro
Demais.

Me dói algumas coisas
Me dói meu dente
Me dói minha alma
Me dói ver que tantas coisas contruidas
Se destruíra subtamente.

Eu nao quero mais ver castelos caindo.
Eu nao quero mais ser aquela a sofrer ao vê-los desmoronar.
Chega.

Castelos foram construído para serem eternos.
Mas eu sempre os vejo caindo

Chega.

Para que tudo isso?
Por que tudo isso?!
Eu nao quero mais.

É de tanto acreditar
É de tanto querer
É de tanto almeijar
Que isso me dói.

Antes nada querer
Do que ver cair na sua frente aquilo que você ajudou a construir.

que dor!





Fiz uma cirurgia
Extraí um ciso.
Tem mais 3
:'(
droga!

É terrivel o tal do repouso
Uma solidão imensa
Vontade de sair,
beber,
rir,
fumar.
De ver os amigos,
curtir o dia...
Mas nao:
tenho que repousar.
MERDA.
Ainda por cima dói.

=/

domingo, julho 09, 2006

Licença poética


Até os que têm "alma poética"* amam a copa.
Eu não poderia deixar de comentar sobre a final da Copa de 06.
Certamente, como toda final, foi emocionante. Mas essa se superou!
Marcada pela despedida de um dos melhores e mais famosos jogadores, Zidane, essa Copa trouxe muita angústia e decepção aos brasileiros. Mas, mesmo que o Brasil nao estivesse na final, ele parou para assistir o ultimo jogo do zagueiro francês.
Itália x França levou muitos cariocas (isso eu vi) as ruas, enchendo bares e pubs. Motivo? Agorar a seleção que derrotou a gente, ora!
Nao poderia ter sido melhor!
Embora o jogo tenha sido mais uma pelada do que um "jogão", ele foi marcado por tentativas incansáveis de fazer gols, de ambas as partes e, quem torcia pela Italia (quase todos os verde-amarelos, diga-se de passagem), parecia estar revendo a seleção canarinha jogar: time recuando, jogadores desunidos, jogadas para o além etc, foi ao delirio quando Zidane, o carrasco do Brasil, tomou um cartão vermelho. Eu mesma fiquei rouca e minha garganta ainda dói de tanto que eu gritei.
Até que para os que estavam com raiva da vitória da França sobre o Brasil, deu para sentir um gostinho de vingança!
FOI ÓTIMO!!!
Agora o povo grita "Azurra!!!" e parece até ter esquecido que o nosso país foi eliminado.
Zidane fechou sua carreira com chave de ouro!
ADEUS ZIDANE!

* assim me definiu uma ex-professora minha e atualmente uma grande amiga.

quarta-feira, julho 05, 2006

Janelinhas

Existem tantas coisas na minha cabeça nessa momento, que nao conseguirei fazer um post nem poético, nem discursivo.
Farei janelinhas.
Preciso falar!!!
*
Eu hoje vou pegar o resultado de psico. Quase certo que eu fiquei em pf.
Se estou triste?!
Nao, pq sei que de minha parte, tá tudo tranquilo.
Nervosa?!
Sim, pq a minha dupla fez tudo errado, atrasou todos os dias a entrega do trabalho e, no prazo final, entregou e ERRADO.

*
Mando zilhoes de e-mails para uma porrada de casas me interessei e, de duas uma: ou dizem que nao me querem, ou dizem que me querem, mas somem.
EU PRECISO DE UMA CASA, TÁ DIFÍCIL DE ENTENDER?! EU QUERO ME MUDAR NO INICIO DO ANO! SERÁ QUE NINGUEM VEM ISSO?
=/
*
Cada vez mais apaixonado pelo meu namorado. Alias, a musica do ultimo post nao sai da minha cabeça, e sempre lembro dele.
Um menino lindo, educado, gentil, meigo, solidário, amigo, companheiro. O que quero mais?!
*
Recebi isso hoje. Gostei demais. E me fez pensar em mts amizades minhas...
Amizades que se foram, que foram e voltaram...
Amizades que sinto falta e nao sei dizer
Amizades que se acabaram e me doeram muito.
Como a própria pessoa que me mando esse texto abaixo disse: o tempo cura tudo
De algumas amizades que acabram eu tô dando um tempo. Nao tem como de uma hora para outra voltar a falar com alguem que te maggou muito, que te fez chorar e sofrer.
O pior de tudo é que esse alguém que agora vem a minha mente é um alguém que é muito amiga de um grande amigo meu e, nao por coincidencia, também amiga do namorado dele.
A vida as vezes se complica...


Certa vez, uma amiga por quem eu nutria grande afeto me traiu e, ao ser descoberta, pediu-me perdão. Eu não estava, seguramente, pronta para perdoá-la. Sentia uma raiva absurda. Tinha vontade de matá-la, embora me sobrasse juízo para sequer arriscar um soco no meio da cara dela.

Depois de alguns dias, lembro que minha mãe – muito católica e politicamente correta – me disse: “minha filha, perdoe a quem te pede perdão. Não devemos alimentar o ódio, porque isso nos faz mal”.

É... ela estava certa e eu sabia disso, mas não era isso que eu sentia naquele momento. Então, tinha de ser sincera comigo e com minha mãe e respondi: “mãe, não pretendo alimentar o ódio, mas também não posso ignorar o que estou sentindo ou fingir um perdão que ainda não tenho para dar. Sei que a dor vai diminuir e estarei comprometida a construir um perdão. Quando conseguir, o darei!”.

Dei-me o direito de sentir aquela raiva latente porque sempre acreditei que ignorar um sentimento o torna mais forte, mais autônomo e mais destrutivo dentro da gente. Conforme fui me sentindo mais como aprendiz e menos como vítima de uma injustiça, comecei a abrir espaço para a possibilidade de me colocar no lugar desta pessoa.

Tentei aceitar que ela deveria ter seus motivos e que por mais que eu não estivesse preparada para apostar de novo numa amizade, trocando confidências ou relacionando-me mais proximamente, eu poderia sim lhe dar o meu perdão.

Quase dois anos se passaram até que me senti pronta. Mas outra questão surgia: como falar com ela? Procurá-la, ligar, mandar uma carta, um recado?!? Não sabia. Realmente não sabia e entendi que era hora de entregar a direção ao Universo, como sempre gosto de fazer quando não sei.

Até que um dia nos encontramos numa situação curiosa, onde me restavam duas opções: ou eu a encarava ou negava aquela chance que a vida estava me oferecendo, dando meia volta e indo embora. Fiquei. Meu coração disparou, obviamente. Engoli seco e olhei para ela, dando sinal de que estava em paz.

Num momento seguinte, quando ficamos a sós, lhe disse: “um dia você me pediu perdão e eu disse que não. Só tinha dor e raiva dentro de mim. Mas hoje estou pronta e posso lhe perdoar”.

Cara! Até aquele instante eu não tinha idéia do quanto aquela atitude provocaria uma verdadeira revolução no meu sangue, nos meus hormônios, nas minhas sensações e emoções. As lágrimas eram inevitáveis e senti-me como se estivesse vencendo uma luta terrível com um dos meus bichos internos.

Mas sei que só consegui porque compreendi que nada nem ninguém nos causam qualquer sentimento se de algum modo não tivermos nos colocado naquele momento, naquela situação para aprendermos algo de bom. Além disso, nunca duvidei de que ela também havia sofrido bastante com tudo o que aconteceu.

Sei que ela poderia não ter me ouvido ou ter dito que não queria mais o meu perdão. Poderia ter ficado em silêncio, remetendo-me à dúvida ou à sensação de que havia feito papel de idiota. Poderia ter acontecido muitas coisas, mas ainda assim acredito que qualquer que fosse a reação dela, havia uma lição a ser aprendida e duas felicidades a serem resgatadas: a minha e a dela. Valia a pena tentar.

Rosana Braga

segunda-feira, julho 03, 2006

sem rima

Esse blog nasceu para ser um lugar de expôr minhas poesias.
Mas hoje eu nao quero escrever poesias.
Chamem os advogados, só respondo no tribunal
*
Roubei. É, roubei.
Na verdade, peguei e nao vou devolver.
Minha madinha me emprestou 2 cds do Chico, entre eles aquele ao vivo em Paris. Nossa, é bom DEMAIS!!! Nao ouço mais nada além de Chico. E já tá bom, né?!
Essa letra fica na minha cabeça. Gosto dela toda, mas a parte mais linda é quando fala "depois de te perder, te encontro com certeza talvez no tempo da delicadeza". Canto para mim mesma esse pequeno refrao-pessoal a todo momento que vejo coisas desumanas na minha frente, de gente que grita, xinga, humilha, fecha os olhos.
Eu sonho com o tempo da delicadeza...

Preciso não dormir até se consumar o tempo da gente
preciso conduzir um tempo de te amarte amando devagar e urgentemente
pretendo descobrir no último momento
um tempo que refaz o que desfezque recolhe todo sentimento,
e bota no corpo uma outra vez
prometo te querer, até o amor cair doente doente
prefiro então partir a tempo de podera gente se desvenciliar da gente
depois de te perder, te encontro com certeza
talvez no tempo da delicadeza
onde não diremos nada, nada aconteceu
apenas seguirei como encantado ao lado teu

sábado, julho 01, 2006

Brasileira?! Quem, eu?!

A Copa passou
O Brasil perdeu
O povo se decepcionou.

O que nos unia
Não une mais.

O povo triste,
decepcionado
e desiludido saiu das ruas
E se trancou em casa.

Alguns disseram "de volta a vida pacata"
Outros - poucos - gritaram "2010 tem mais"

Aquele foi para casa
Colocou o pijama
Se jogou debaixo dos cobertores
E terminou de ver a novela.

Esse ainda deu umas voltas pelo bairro,
Comeu uma pizza
- 2 horas de jogo dá fome! -
E tomou um café.
E, como aquele, foi para casa.

A Copa passou
Mas as nossas vidas não.

Quarta-feira todo mundo batendo ponto.
Todas as crianças sentadas alinhadamente nas carteiras da sala de aula,
Todos os bancários trabalhando com crachá pendurado no pescoço,
Todos os funcionários publicos passando pela catraca às oito.

A vida voltou a ser como antes.
Nada nos une mais.
Nada?

A fome continua,
o desemprego também.
Mas isso nao nos une
Só nos distancia.

Que uniao é essa que tem data para começar
E termina quando a seleção perde?
Que nacionalismo é esse
Que só quer ver gols
E fecha os olhos para os problemas do próprio país?

Isso nao é nacionalismo.
Isso é paixao (cega) pelo futebol.

Você é brasileiro?

Afinal, quem é brasileiro?