quarta-feira, julho 05, 2006

Janelinhas

Existem tantas coisas na minha cabeça nessa momento, que nao conseguirei fazer um post nem poético, nem discursivo.
Farei janelinhas.
Preciso falar!!!
*
Eu hoje vou pegar o resultado de psico. Quase certo que eu fiquei em pf.
Se estou triste?!
Nao, pq sei que de minha parte, tá tudo tranquilo.
Nervosa?!
Sim, pq a minha dupla fez tudo errado, atrasou todos os dias a entrega do trabalho e, no prazo final, entregou e ERRADO.

*
Mando zilhoes de e-mails para uma porrada de casas me interessei e, de duas uma: ou dizem que nao me querem, ou dizem que me querem, mas somem.
EU PRECISO DE UMA CASA, TÁ DIFÍCIL DE ENTENDER?! EU QUERO ME MUDAR NO INICIO DO ANO! SERÁ QUE NINGUEM VEM ISSO?
=/
*
Cada vez mais apaixonado pelo meu namorado. Alias, a musica do ultimo post nao sai da minha cabeça, e sempre lembro dele.
Um menino lindo, educado, gentil, meigo, solidário, amigo, companheiro. O que quero mais?!
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Recebi isso hoje. Gostei demais. E me fez pensar em mts amizades minhas...
Amizades que se foram, que foram e voltaram...
Amizades que sinto falta e nao sei dizer
Amizades que se acabaram e me doeram muito.
Como a própria pessoa que me mando esse texto abaixo disse: o tempo cura tudo
De algumas amizades que acabram eu tô dando um tempo. Nao tem como de uma hora para outra voltar a falar com alguem que te maggou muito, que te fez chorar e sofrer.
O pior de tudo é que esse alguém que agora vem a minha mente é um alguém que é muito amiga de um grande amigo meu e, nao por coincidencia, também amiga do namorado dele.
A vida as vezes se complica...


Certa vez, uma amiga por quem eu nutria grande afeto me traiu e, ao ser descoberta, pediu-me perdão. Eu não estava, seguramente, pronta para perdoá-la. Sentia uma raiva absurda. Tinha vontade de matá-la, embora me sobrasse juízo para sequer arriscar um soco no meio da cara dela.

Depois de alguns dias, lembro que minha mãe – muito católica e politicamente correta – me disse: “minha filha, perdoe a quem te pede perdão. Não devemos alimentar o ódio, porque isso nos faz mal”.

É... ela estava certa e eu sabia disso, mas não era isso que eu sentia naquele momento. Então, tinha de ser sincera comigo e com minha mãe e respondi: “mãe, não pretendo alimentar o ódio, mas também não posso ignorar o que estou sentindo ou fingir um perdão que ainda não tenho para dar. Sei que a dor vai diminuir e estarei comprometida a construir um perdão. Quando conseguir, o darei!”.

Dei-me o direito de sentir aquela raiva latente porque sempre acreditei que ignorar um sentimento o torna mais forte, mais autônomo e mais destrutivo dentro da gente. Conforme fui me sentindo mais como aprendiz e menos como vítima de uma injustiça, comecei a abrir espaço para a possibilidade de me colocar no lugar desta pessoa.

Tentei aceitar que ela deveria ter seus motivos e que por mais que eu não estivesse preparada para apostar de novo numa amizade, trocando confidências ou relacionando-me mais proximamente, eu poderia sim lhe dar o meu perdão.

Quase dois anos se passaram até que me senti pronta. Mas outra questão surgia: como falar com ela? Procurá-la, ligar, mandar uma carta, um recado?!? Não sabia. Realmente não sabia e entendi que era hora de entregar a direção ao Universo, como sempre gosto de fazer quando não sei.

Até que um dia nos encontramos numa situação curiosa, onde me restavam duas opções: ou eu a encarava ou negava aquela chance que a vida estava me oferecendo, dando meia volta e indo embora. Fiquei. Meu coração disparou, obviamente. Engoli seco e olhei para ela, dando sinal de que estava em paz.

Num momento seguinte, quando ficamos a sós, lhe disse: “um dia você me pediu perdão e eu disse que não. Só tinha dor e raiva dentro de mim. Mas hoje estou pronta e posso lhe perdoar”.

Cara! Até aquele instante eu não tinha idéia do quanto aquela atitude provocaria uma verdadeira revolução no meu sangue, nos meus hormônios, nas minhas sensações e emoções. As lágrimas eram inevitáveis e senti-me como se estivesse vencendo uma luta terrível com um dos meus bichos internos.

Mas sei que só consegui porque compreendi que nada nem ninguém nos causam qualquer sentimento se de algum modo não tivermos nos colocado naquele momento, naquela situação para aprendermos algo de bom. Além disso, nunca duvidei de que ela também havia sofrido bastante com tudo o que aconteceu.

Sei que ela poderia não ter me ouvido ou ter dito que não queria mais o meu perdão. Poderia ter ficado em silêncio, remetendo-me à dúvida ou à sensação de que havia feito papel de idiota. Poderia ter acontecido muitas coisas, mas ainda assim acredito que qualquer que fosse a reação dela, havia uma lição a ser aprendida e duas felicidades a serem resgatadas: a minha e a dela. Valia a pena tentar.

Rosana Braga

Um comentário:

Elcio Domingues Pereira disse...

Vim fazer uma visita e aproveito pra te dizer que crises de criatividade são normais na vida de qq escritor.

Bjs!

Elcio Domingues.