sábado, abril 28, 2007

Eu queria poder ter o direito de enlouquecer. Enlouquecer, esquecer de tudo e todos. Sair pelo mundo a procura de qualquer coisa que me fizesse um pouco menos vazia.
Eu queria perder a cabeça, descer a ribançeira, tropeçar, sair por aí, sem rumo, sem identidade, sem celular.
Tudo, tudo e tudo que eu tenho me sufoca, me faz encolher cada vez mais.
Meu corpo, meu armário, minha casa, meus livros. Minhas coisas não são eu e eu não sou coisa alguma.
Andando pela vida sozinha como um errante em meio as montanhas, eu sinto um nó na garganta, meu corpo enfraquecido, as pálpebras pesadas, o estomago doendo.
Sou qualquer Coisa indecodificável e vulnerável.
Sou aquela que quer quebrar os espelhos quando se depara frente a ele.
Aquela que sorri, desfarça, mas sangra.
Eu não quero mais viver. Eu quero ter o direito de não viver, pelo menos por um tempo.
Chega de tudo.
Chega de perda, fracasso, falsidade, insegurança, solidão.
Pra que vale a vida, então?!

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