domingo, agosto 13, 2006

É que as vezes a gente se toca que não somos nada aquilo que mostramos.

Eu sou asquerosa,
grosseira,
imprestável.
Uma monstra

Eu não sei
Nem nunca soube ter amigos
E cultivá-los

Sou uma pessoa dificil de lidar,
egoísta,
nojenta.

E eu tô cansada de fingir que não vejo isso
Estou cansada de fingir que está tudo bem.

Nao,
Nao está tudo bem.

E eu nem sei dizer o que não está bem.

Eu queria morrer.
Me matar!

Porque já nao aguento mais ver tanta gente morrendo,
Ver tanta crueldade no mundo
Tanta coisa acontecendo...

Porque eu nao aguento mais ser quem eu sou.
Porque eu me odeio.

4 comentários:

Tudo disse...

Fabi???????
É você aqui nestas palavras mesmo?

Vou preferir pensar que é uma pegadinha viu?!
;-)

Anônimo disse...

Já leu aquele poema de Fernando Pessoa, "Poema em linha reta"?
vou achar pra vc e te escrever, tá? vc verá que show de bola...

Anônimo disse...

Álvaro de Campos

Poema em Linha Reta

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo.
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó principes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.




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Anônimo disse...

Somos muitas das vezes vil, hostil, ignorantes. é lindo perceber nossos furos, nossos erros. vc está de parabéns.
Adorei seu blog, depois volto aqui. Venho pq quero vir e pq me senti bem aqui. Beijos!